01.09.2020

À conversa com Arq.º João Pedras

01.09.2020

À conversa com Arq.º João Pedras

‘O desafio [é] melhorar o ambiente urbano, criando espaços ambientalmente mais sustentáveis e trazendo melhor qualidade de vida, para que a “selva” urbana possa ser um espaço agradável de se viver.’

Fale-nos um pouco do seu percurso profissional.

Comecei a trabalhar logo no 2° ano do curso, num atelier de maquetes de arquitectura, o que me permitiu ter contacto com projectos variados e perceber diferentes abordagens e programas, desde edifícios públicos e privados, o que foi bom pois trabalhava-se em escalas completamente opostas. Lembro-me de ter feito uma maquete da ilha da Madeira, a uma escala muito pequena, e protótipos a metade da escala real.

Quem é o arq.º João Pedras? O que pretende com o seu trabalho e o que o preocupa?

Entendo a profissão de arquitecto como alguém que consegue resolver os problemas das pessoas que vão usar os espaços. A arquitectura pode ser meramente a resposta à necessidade básica de abrigo até levar-nos a momentos que nos fazem interpretar os espaços através de sensações criadas pelas formas construídas. Como profissional fico sempre realizado quando, no fim das obras, os clientes demonstram a sua satisfação em relação ao trabalho concluído e percebem a mais valia de ter contratado um arquitecto para os ajudar a concretizar os seus sonhos.

Como surgiu a Metro Urbe?

A Metro Urbe surgiu naturalmente após colaboração em vários gabinetes de arquitectura. Após a aquisição de conhecimentos e experiências várias surge a necessidade de podermos afirmar a nossa capacidade individual.

Quais os princípios do atelier, o que é que vos diferencia e move?

A Metro Urbe foi constituída em conjunto com o Arquitecto Hélder da Silva Cordeiro, e ambos pretendemos capacitar o gabinete para responder ao maior número de enunciados possível, com a aquisição de conhecimentos e experiência directa nas obras que dêem garantia aos clientes da melhor resolução dos programas apresentados. Temos como princípios do atelier, e que penso que nos diferencia, uma análise rápida dos enunciados e uma resposta eficaz em termos técnicos e criativos.

Num mundo em constante mudança, e com imposições necessárias de sustentabilidade, quais os principais desafios e obstáculos para a arquitectura?

Por muito que se fale do tema da sustentabilidade, a arquitectura sempre procurou criar os ambientes mais confortáveis para a sua utilização e existem inúmeras possibilidades técnicas de criar protecção aos elementos exteriores, com recurso a soluções bem estruturadas e de elevada performance térmica e acústica. O que me parece que está a ter uma evolução constante e positiva é a reutilização de materiais, a sua reciclagem e a diminuição de recurso na sua transformação, com elevado custo e consumo de combustíveis fósseis.

A experiência fora do país diz-vos que Portugal está no bom caminho ou há muito por fazer?

Todas as áreas profissionais devem estar em constante aquisição de conhecimentos e há sempre possibilidade de se melhorar através de experiências adquiridas fora e dentro do nosso país.

Nesse sentido, a internacionalização é uma necessidade ou uma opção para ter novas experiências?

Não podemos negar a globalização e, como já disse, ficamos sempre mais ricos com o confronto de ideias e a análise de experiências fora do nosso contexto territorial.

Esta nova situação que o mundo atravessa afectou ou fez repensar muitas coisas no vosso trabalho?

Naturalmente, a profissão de arquitecto tem de acompanhar as novas realidades e preparar respostas adequadas às novas situações solicitadas.

O que é que gostavam de fazer a seguir? Tem algum objectivo definido para breve, novas metas, ideias, projectos…?

Acho que tenho tido a sorte de trabalhar em diferentes áreas da arquitectura mas sinto-me todos os dias a aprender; a própria evolução da sociedade cria-nos novos desafios que temos de conseguir responder, mas acho que ainda se pode ir mais longe e um desafio a todos os países seria melhorar o ambiente urbano, criando espaços ambientalmente mais sustentáveis e trazendo melhor qualidade de vida  dentro desses aglomerados urbanos, para que a chamada “selva” urbana possa ser um espaço agradável de se viver.

Esta entrevista é parte integrante da Revista Artes & Letras #122, de Setembro de 2020

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