À conversa com a Engª Carla Carvalho
À conversa com a Engª Carla Carvalho
'Procuramos efetuar uma gestão inteligente e preventiva da condição das infraestruturas, através de avaliações periódicas (…) e assim priorizar os investimentos anuais necessários'
Como ingressou na área da rodovia?
Como Bracarense que sou, formei-me em Engenharia Civil na Universidade do Minho, tendo optado pela especialização em Vias de Comunicação. Quando terminei o curso, em 2003, tomei a decisão de vir para Lisboa trabalhar na Consulpav, uma empresa de consultoria especializada em pavimentos. Adquiri um conhecimento transversal da área, com muito trabalho operacional e, seis anos depois, aquando do lançamento das subconcessões rodoviárias, ingressei no designado Grupo Rodoviário das Rotas Regionais, consórcio que efetuava a gestão dos Contratos de Subconcessão do Baixo Alentejo e do Algarve Litoral, na função de Técnica de Conservação e Exploração. Mantive-me na Subconcessão do Baixo Alentejo até hoje e, em 2020, fui nomeada Diretora de Operação e Manutenção (O&M), logo, considero que o meu percurso nesta organização foi pautado por um crescimento paulatino, com possibilidade de passar por todas as fases da área operacional. Presentemente sou responsável por toda a atividade de O&M do IP2, entre os Nós do Ramal e Castro Verde, nos temas de operação, segurança, controlo de qualidade, manutenção, assistência, etc. Tem sido uma enorme aprendizagem e muito gratificante.
A Subconcessão do Baixo Alentejo faz a exploração e manutenção de 113Km de via. Quais são os maiores desafios?
Somos uma Parceria Público-Privada que presta um serviço de gestão e operação rodoviária ao Estado, cabendo à Infraestruturas de Portugal (IP) a gestão do Contrato de Subconcessão. Trata-se de um negócio conhecido e caracterizado por um conjunto de critérios e obrigações contratuais, controlado sobretudo por um modelo financeiro e Plano de Controlo de Qualidade (PCQ). Temos objetivos a curto, médio e logo prazo, de gestão das infraestruturas constituintes do objeto da Subconcessão, por forma a manterem os índices de qualidade durante o respetivo lifecycle, perante a IP e os utentes da via. Os maiores desafios do Departamento de O&M consistem na definição e organização das estratégias com vista ao cumprimento, de forma eficiente e rigorosa, desses objetivos, permitindo-nos dotar a via das melhores condições de circulação e segurança, e assim continuar a merecer a confiança dos utilizadores. Procuramos efetuar uma gestão inteligente e preventiva da condição das infraestruturas, através das avaliações periódicas definidas no PCQ, e assim priorizar os investimentos anuais necessários, evitando sempre que possível a realização de manutenção reativa.
Na rede rodoviária, as concessionárias juntam-se a parceiros para encontrar as melhores soluções para a gestão. Que características procuram nas empresas que trabalham convosco?
O nosso trabalho não é exequível sem parceiros, sendo que as características que procuramos são know-how técnico, solidez, continuidade, disponibilidade e capacidade de resolução de problemas. Presentemente, e transitados 3 anos e meio de exercício de funções de direção (da minha parte), considero-me privilegiada por poder contar com uma lista de parceiros nas diferentes áreas, com sólidos conhecimentos técnicos, que nos apoiam na avaliação da condição das infraestruturas sob nossa responsabilidade e na tomada de decisão. Praticamos uma política de continuidade com os nossos parceiros, não sendo o fator financeiro o decisório. A Betar é claramente um deles e está connosco desde o início. Contamos com a Betar como parceiro no que concerne às Obras de Arte, uma vez que tem demonstrado a disponibilidade, solidez e competências técnicas que procuramos. A Betar implementou na nossa Subconcessão o sistema de gestão GOA, ferramenta de elevada utilidade para a nossa organização, ao nível do cadastro de todas as Obras de Arte sob nossa responsabilidade, bem como de todas as inspeções efetuadas às mesmas desde o início da Operação. Contamos com a Betar para os desafios que certamente irão surgir nos próximos anos.
E o futuro?
Neste momento, encontramo-nos numa fase madura da operação, com metade do período de Subconcessão cumprido. Muitos desafios foram ultrapassados e pretendemos prosseguir com uma estratégia de sucesso, sempre na base da eficiência, transparência e cumprimento, para continuar a merecer a confiança da IP e dos utentes do IP2. No que respeita à estratégia para o Departamento de O&M para os próximos 15 anos, será baseada na avaliação periódica da condição das infraestruturas, com apoio dos nossos parceiros, que nos permita efetuar a gestão dos orçamentos anuais de forma preventiva, sempre com a capacidade técnica e operacional que nos permita dar resposta a imponderáveis.
Esta entrevista é parte integrante da Revista Artes & Letras #164, de maio de 2024
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